Se você pensa que intercâmbio é uma atividade exclusiva de adolescentes ou jovens, saiba que a realidade, tanto das escolas quanto das agências de viagens, está mudando. Há uma parcela de adultos que tem procurado cada vez mais os cursos de idiomas fora do Brasil. Muitos desses adultos de 30, 40 e até 50 anos perceberam que desenvolver o idioma é uma necessidade que as empresas exigem e não mais um diferencial, então o período de férias é destinado para aperfeiçoar um idioma. São profissionais que têm experiência, têm conhecimento do mercado, mas travam quando precisam falar em outra língua.

Diferente da atual geração, eram poucas as pessoas que tinham oportunidade de estudar um outro idioma quando jovens, por isso há essa dificuldade atualmente. A crescente procura tem feito escolas remodelarem a forma de trabalhar com os estudantes. “Essa busca aumentou bastante de três anos para cá. Existem escolas que atendem apenas o público mais velho, acima de 30 anos; outras reservam parte de sua estrutura para receber esses adultos, de modo que eles se sintam mais à vontade. É um nicho novo que tem ganhado muitos adeptos”, revela Lilian Nogueira, gerente de cursos no exterior da Schultz Operadora de Turismo.

A agente de viagem Cristiane de Oliveira Pacheco, de 46 anos, teve a experiência de cursar idioma fora do Brasil e, apesar do começo ter sido uma incógnita, ela acabou até prolongando a viagem. “Me surpreendi com tudo. Era um sonho antigo que consegui realizar. A convivência em casa de família foi fantástica. Eu fui aberta, livre de qualquer ideia de que aquele não era meu lugar, e foi tudo gratificante”, conta ela que ficou três semanas em Forth Laurdale, nos Estados Unidos.

Embora mais velhos, essa parcela se hospeda no período de estudos em casas de família, assim como a maioria dos jovens. O valor para ficar em hotel ou apartamento é consideravelmente mais caro, além do que as escolas têm parcerias com as famílias, o que garante maior segurança tanto para estudante quanto para quem os recebe. “Por conta dos pacotes e convênios, é muito mais barato ir como estudante do que como turista convencional. Com o mesmo valor, o que o viajante tradicional fica dez dias o que o estudante fica até quatro semanas”, revela Lílian.

Melhor Idade

Os viajantes acima de 50 anos também têm movimentado os programas de estudo de idiomas fora do Brasil. Mas, diferente dos adultos, eles não viajam a procura de uma melhora na fluência do idioma.  “Esse público já está aposentado, então eles querem mais a experiência de fazer algo que seja uma grande novidade. Ficam até mais tempo, em média três meses fora. A didática é diferente, assim como as aulas que eles frequentam” explica Lilian que ressaltou que fechou pacotes de idiomas para a Índia e a Itália para estudantes da melhor idade.